Não sei se isso acontece com você, mas eu tenho uma relação de amor e ódio com os roguelikes. Pois é! Os jogos desse tipo foram criados para garantir uma rejogabilidade praticamente infinita e tendem a deixar os players no vício, mas também podem ficar bem complicados em certos momentos e gerar frustrações sem fim.
Quem penou para chegar diante do Hades e levou uma surra dele, sabe do que eu estou falando… Quem encarou hordas e hordas de adversários no The Last Spell, só para depois morrer diante do chefão também sabe. No fim das contas, alguns acabam desistindo, mas tem gente que gosta de sofrer e não larga esses jogos.
Bem, pensando nesses players que curtem encarar os desafios propostos pelos roguelikes, separei aqui 21 games que representam o gênero com propriedade e são capazes de garantir uma rejogabilidade praticamente infinita. Então, sugiro que você fique comigo até o fim, pois a seleção ficou imperdível…
As regras desta lista com roguelikes
Antes de começar a apresentar a minha seleção com roguelikes incríveis, sou obrigado (pela lei do Carrossel Geek) a apresentar as diretrizes que eu segui, a fim de montar a lista. Com isso, você vai entender a linha de raciocínio por trás da seleção e terá uma noção clara daquilo que vai encontrar por aqui. Confira…
- Todos os roguelikes listados aqui foram classificados pelos próprios devs como representantes do gênero;
- A lista não é um ranking. Não há melhor ou pior e a ordem das menções não quer dizer muita coisa;
- Alguns dos games citados apresentam ideias típicas dos jogos roguelike combinadas com elementos de outros gêneros, mas a presença das tags correspondentes os qualifica para aparecer nesta seleção;
- A lista foi montada com base nas minhas memórias e eu só incluí jogos que já joguei em algum momento.
Beleza… agora que você já está por dentro das regras, podemos avançar para a nossa primeira run dentro do universo de um gênero que não para de inovar…
Hades (2020)
Já que eu mencionei a luta com o Hades na introdução, acho justo falar sobre o incrível jogo que recebe o nome dele logo no ponto de partida desta seleção com roguelikes incríveis. E, claro, o fato de esse ser um dos maiores ícones do mundo indie o torna uma opção realmente obrigatória.
Em linhas gerais, Hades nos coloca no controle do jovem Zagreus, filho do Deus do Submundo. Esse herói quer escapar do reino dos mortos, mas isso vai contra as regras e seu pai envia vários lacaios para pará-lo. Daí, quando a gente não consegue superar esses adversários, a morte nos espera e temos que reiniciar a jornada do zero. Lenda!
Dead Cells (2018)
Conforme eu destaquei, os roguelikes costumam pegar emprestadas algumas ideias oriundas de outros gêneros. Nesse caso, Dead Cells é um ótimo exemplo, pois o game é também um metroidvania. Aliás, alguns players e membros da mídia especializada até usam o termo roguevania para se referir ao título.
De qualquer forma, o fato é que a aventura é incrível. Temos vários cenários para explorar e a ação é intensa. Em cada run, podemos selecionar armas e habilidades, mas, se a gente morrer, nossas builds são eliminadas e precisamos começar do zero. Enfim, esse é um indie viciante, que recebeu uma boa série de updates ao longo dos anos e continua garantindo a diversão de muita gente.
Children of Morta (2019)
Classificado como um roguelike de ação, Children of Morta é um dos representantes do gênero que eu mais gostei de jogar. E acho que o maior atrativo do título, apresar de as mecânicas serem muito boas, é a forma como a história é contada. Acho incrível como as construções em pixel art, apesar de serem simples, conseguem transmitir tanta emoção.
Nesse jogo, assumimos o controle sobre os membros da família Bergson, cuja missão é encarar uma força maligna implacável. E não, o game não chega a ser tão punitivo, mas ainda consegue ser bastante desafiador. Detalhe: dá para curtir a aventura no melhor estilo co-op, o que deixa as coisas ainda mais divertidas.
Slay the Spire (2019)
Falemos agora de um game que é apontado como o principal precursor da onda dos roguelike deckbuilders. Sim! Slay The Spire combinou as ideias típicas do gênero com as mecânicas dos jogos de cartas, gerando assim uma experiência singular, que acabou se tornando uma referência para vários devs.
De forma resumida, a gente assume o controle sobre um personagem, a fim de encarar várias batalhas em turnos, mas só podemos agir de acordo com as cartas que temos nas mãos. E o objetivo final é chegar até o topo de uma torre, com vistas a derrotar um adversário terrível. Logicamente, não é fácil chegar ao topo e muitas mortes e recomeços marcam essa jornada imperdível.
Halls of Torment (2024)
Saindo um pouco do grupo dos medalhões do gênero, temos o viciante Halls of Torment. Esse jogo segue a fórmula popularizada pelo indie Vampire Survivors e nos coloca diante de hordas de adversários, em cenários simples, mas seu ar de Diablo o faz despontar como uma opção diferenciada.
Obviamente, por prestar uma bela homenagem a certos RPGs da década de 1990, o game tem construções gráficas bem leves, o que o torna uma ótima opção para quem está sempre buscando por jogos para PC fraco. E como as partidas duram até 30 minutos, dá até para curtir a experiência de uma forma mais casual.
Balatro (2024)
Um dos pontos mais interessantes dos roguelikes é que eles abrem margem para muita experimentação e isso acaba dando vida a jogos únicos, como é o caso do fenômeno Balatro. Esse indie é uma das maiores surpresas da história recente dos games e pode ser classificado como um jogo de pôquer com mecânicas típicas dos roguelike deckbuilders.
Curiosamente, Balatro nem parece ser muito interessante quando analisamos a premissa e conferimos alguns vídeos de gameplay. No entanto, quando a gente decide dar uma chance ao título, o vício toma conta e a gente não consegue parar de pensar em novas combinações de cartas capazes de alcançar as maiores pontuações.
Robobeat (2024)
Outro game inovador do gênero é Robobeat. À primeira vista, o jogo parece ser um típico FPS, mas há alguns diferenciais que o fazem ir muito além das aparências. Isto é, os tiroteios são intensos, mas a jogatina está atrelada ao ritmo da trilha sonora e os elementos típicos dos jogos roguelike apimentam as coisas.
Cabe ressaltar que todas as fases do jogo são geradas de forma procedural e a lista de canções da trilha sonora é enorme. Assim, cada run acaba se tornando uma experiência única, regada a uma sonoridade incrível, vários adversários, movimentação intensa e muitos tiros.
The Binding of Isaac: Rebirth (2014)
Lenda do mundo indie, The Binding of Isaac: Rebirth é descrito pelos devs como um Action RPG Shooter com uma ênfase pesada em elementos roguelike. E isso quer dizer que a ação pode ficar bem intensa e desafiadora em certos momentos e qualquer falha é punida de forma severa.
Além disso, o game se destaca por apresentar uma espécie de releitura de uma história bíblica e por garantir cerca de 500 horas de gameplay! Não satisfeitos com tanto conteúdo, os devs ainda adicionaram alguns modos de jogo mais desafiadores, o que quer dizer que dá para a gente se dedicar ao título por um tempo indeterminado.
Darkest Dungeon (2016)
Darkest Dungeon pode ser descrito como um RPG extremamente desafiador, no qual as principais características definidoras dos roguelikes são apresentadas e acabam mostrando aos players como o gênero pode ser punitivo. A ideia básica do título é explorar uma dungeon sombria, mas a execução dessa premissa é o que faz toda a jornada valer a pena.
O jogo ainda apresenta um estilo visual gótico muito marcante e algumas ideias únicas, como a exploração dos aspectos psicológicos dos aventureiros. Para arrematar, temos batalhas em turnos bem estratégicas. Lembrando que o game até recebeu uma sequência em 2023, mas a nova aventura não tem o mesmo brilhantismo, apesar de oferecer inovações interessantes.
Ravenswatch (2024)
E por falar em games com um visual marcante, Ravenswatch é uma ótima pedida. O game segue pela linha do aclamado Hades e oferece uma experiência roguelike de ação bem intensa, que é marcada pela presença de personagens inspirados em contos populares nas mais diversas culturas.
Vale destacar que a aventura se desenrola em mapas enormes e muito bem construídos e as histórias de cada personagem são muito interessantes. E é óbvio que o game é bem desafiador e tem toda aquela aleatoriedade que acaba fazendo o gênero roguelike se tornar tão viciante.
Gordian Quest (2022)
Voltando aos roguelike deckbuilders, temos o excelente Gordian Quest. Eu dediquei muitas horas a esse game, pois ele apresenta uma incrível combinação de RPGs de mesa com jogos de cartas colecionáveis e consegue realmente nos incitar a montar os baralhos mais poderosos para cada um dos personagens.
Ao longo da jornada dos heróis, temos a chance de encarar vários elementos aleatórios e as batalhas podem ficar bem complicadas, se a gente não dedicar um bom tempo à preparação do trio de combatentes (são dez personagens de classes distintas), atentando para sinergia entre os membros da equipe. Ótima opção!
Anomaly Agent (2024)
De tempos em tempos, eu me pego caçando novos games para experimentar e foi em uma busca feita na Steam que eu encontrei o excelente Anomaly Agent. Confesso que foi o estilo visual cyberpunk que chamou a minha atenção em um primeiro momento, mas não me arrependo nem um pouco de ter dado uma chance ao título.
Pelo contrário, a aventura é realmente épica. Temos combates extremamente movimentados e desafiadores, a aleatoriedade típica dos roguelikes e uma história que pode ser alterada, em função de certas escolhas feitas pelos players. Sem dúvidas, esse projeto indie é um daqueles que mereciam ser mais conhecidos do que realmente são.
Enter the Gungeon (2016)
Como seu nome sugere, Enter the Gungeon é sobre armas e dungeons… e tiroteios intensos, aleatoriedade, morte permanente, mapas gerados de forma procedural e por aí vai… O game é um prato cheio para quem é fã de shooters que se apresentam sob uma perspectiva top-down.
É sempre bom destacar que o game tem um nível de dificuldade bem acentuado e as batalhas contra os chefões podem ficar bem irritantes. Ainda assim, o jogo tem a capacidade de fazer você querer continuar jogando, mesmo após ter reiniciado a aventura em várias ocasiões. Muito bom!
Risk of Rain 2 (2020)
Na minha visão, Risk of Rain 2 conseguiu fazer bom uso das melhores ideias apresentadas em seu incrível antecessor e ainda introduziu novos conceitos e um estilo visual diferenciado. Com isso, o game acabou despontando como uma aventura que merece o selo de obrigatória.
Em síntese, toda a ação se passa em um planeta alienígena, no qual os sobreviventes têm que encarar ameaças terríveis. E como os elementos típicos dos jogos roguelike deixam as coisas ainda mais complicadas, as batalhas podem não acabar bem. Felizmente, essa é mais uma opção que garante uma jogatina co-op bem divertida (e morrer junto com os amigos é menos frustrante).
Streets of Rogue (2019)
Mesmo tendo um nome que remete a uma lenda do gênero Beat ‘em Up, Streets of Rogue é um legítimo representante dos roguelikes e se destaca por dar uma enorme liberdade para os players mergulharem no caos. E sim, eu sei que os gráficos não são dos melhores, mas as mecânicas criativas realmente compensam.
Para você ter uma ideia, os devs confirmaram que o jogo garante cerca de 600 horas de gameplay, com sua geração de mundo aleatória, seus vários tipos de personagens e armas e seus modos de jogo divertidos. E só para constar, um Streets of Rogue 2 segue em pleno desenvolvimento e deverá chegar para ser um sucessor com ideias ainda mais insanas.
Monster Train (2020)
Após o lendário Slay the Spire ter definido as bases para o crescimento dos roguelike deckbuilders, vários games nessa pegada começaram a surgir. Nesse caso, Monster Train é um dos mais interessantes, pois nos coloca no controle de um trem cheio de demônios e outras criaturas sombrias e ainda introduz algumas ideias inovadoras.
Como não poderia deixar de ser, o jogo conta com uma grande quantidade de cartas e cada run apresenta o seu próprio conjunto de obstáculos, com direito a alguns chefões que poderíamos chamar, com justiça, de malditos apelões. Enfim, essa é outra opção que tem um potencial enorme para te colocar no vício.
Noita (2020)
Em um primeiro momento, Noita parece um simples jogo de plataforma 2D com construções em pixel art. Porém, o título vai muito além das aparências e entrega belos mundos gerados de forma procedural, batalhas intensas, um sistema de criação de magias e uma verticalidade surpreendente.
Outro grande destaque desse jogo é o fato de os cenários serem destrutíveis. Desse modo, os players acabam moldando suas experiências de formas únicas. Portanto, se você está à procura de um roguelike singular (e muito desafiador), essa é uma opção certeira.
Fury Unleashed (2020)
Pense em um Metal Slug com um pouco de Contra e mecânicas típicas dos jogos roguelike e você terá o eletrizante Fury Unleashed. Essa é mais uma opção que não é tão conhecida quanto deveria ser e ainda merece elogios por oferecer uma experiência que homenageia o mundo dos quadrinhos.
O jogo é extremamente rápido e movimentado e não é nada fácil. Na verdade, por conta do ritmo acelerado, a gente costuma morrer várias vezes (pois a pressa é inimiga da perfeição). Mesmo assim, o game tem atrativos bons o bastante para fazer a gente ficar querendo sempre mais.
Shogun Showdown (2023)
Também representando os roguelike deckbuilders com propriedade, temos o ótimo Shogun Showdown, que mostra como gráficos não importam muito, se o jogo apresentar mecânicas criativas. E é bem interessante ver como o game consegue ser expressivo, mesmo com toda a sua simplicidade.
De todo modo, o fato é que as batalhas em turno do jogo são muito estratégicas e acabam forçando os players a darem uma atenção especial à seleção das cartas e à movimentação, pois cada decisão pode colocar o personagem mais perto da vitória ou da morte.
Astral Ascent (2023)
Seguindo pela linha do aclamado Dead Cells, Astral Ascent garante uma experiência altamente indicada para fãs de metroidvanias, mas sem deixar de dificultar as coisas com a aleatoriedade e outros dos obstáculos que normalmente encontramos nos jogos roguelike.
O título apresenta quatro personagens jogáveis e suas construções em pixel art são um espetáculo à parte, sem contar que a história é bem interessante e ainda dá para curtir a aventura no melhor estilo co-op. Com toda a certeza, você não vai se arrepender, se decidir dar uma chance ao título.
The Last Spell (2023)
Arrematando esta seleção com belos roguelikes, temos o meu favorito, ou seja, The Last Spell. Como sou fã de RPGs táticos, o game sempre me chamou atenção. Daí, eu esperei por uma promoção, investi nele e até hoje curto as lutas ferrenhas pela sobrevivência.
Ne jogo, a gente tem que defender pequenas vilas de hordas de adversários, enquanto alguns magos estão conjurando uma magia poderosa. A quantidade de inimigos é assustadora e, nas noites em que os chefões aparecem, a tensão é palpável e a dificuldade aumenta ainda mais. Resumindo, esse é um game imperdível (maldito, mas imperdível).
Tem outros roguelikes para indicar?
Como você deve ter notado, eu sou muito fã de roguelikes e já experimentei vários tipos de representantes do gênero. Na maioria dos casos, dediquei muitas horas aos games citados e ainda fiquei p**o em várias ocasiões, pois há certos desafios nesses jogos que parecem impossíveis (mas eu sempre retorno, pois odeio histórias sem fim).
E é isso! Agora você tem acesso a uma lista com 21 roguelikes que podem lhe garantir milhares (milhares mesmo) de horas de gameplay. E se você curtiu a seleção ou quer indicar um título que eu não citei, basta compartilhar o post nas redes sociais e marcar o Carrossel Geek (para eu poder dar uma olhada nas suas sugestões).